Live Crítica Marxista: Repressão Estatal e Discurso: a legitimação da letalidade policial – Vyctor Grotti

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[ENCERRADO] Na quinta-feira, dia 14 de abril de 2022, Vyctor Grotti, mestre em Sociologia pela UFPR, realizou uma exposição sobre a sua recente pesquisa, cujo título é “Repressão Estatal e Discurso: a legitimação da letalidade policial”. Para participar do evento (gratuito), inscreva-se no endereço logo abaixo e no dia da exposição enviaremos em seu e-mail o link da sala. Esta é mais uma atividade do Portal Crítica Desapiedada, vinculada à luta cultural e à autoformação teórica na perspectiva do proletariado.

Inscrição (gratuita):

Data: 14 de Abril (Quinta)
Horário: 
19:00 h – 21:00 h
Encontro será via Google Meet (O link será enviado no dia, através do e-mail inscrito)

Sinopse:

A polícia brasileira é uma das que mais mata no mundo. Somente no ano de 2020, ela foi a responsável pela morte de 6.416 pessoas (FBSP, 2021), índice jamais visto na história do país. Contudo, esses números não revelam um problema pontual de um ano “atípico”. Se olharmos para os anos anteriores, perceberemos que, a cada ano que passa, a polícia está matando cada vez mais: entre o período de 2010 a 2020, houve um aumento de cerca de 163% na letalidade.
Esse fenômeno é interpretado por muitos como uma falha da nossa democracia (ZAVERUCHA, 2005) ou como uma continuidade de uma tradição autoritária, especialmente em relação à excessiva militarização (SOARES, 2019), devendo-se implantar remédios, ou melhor, reformas institucionais para que seja sanada essa “doença”. Assim, processar criminalmente policiais violentos ou fortalecer corregedorias (PIOVESAN et al, 2001), a título exemplificativo, são argumentos levantados para que visassem “curar” esse problema.
Partindo da perspectiva de que a polícia é uma das principais instituições estatais a exercer uma política repressiva para conter a luta de classes, quaisquer tipos de reformas policiais não acabarão ou melhorarão a repressão estatal. No máximo, tornará mais invisível o exercício dela e reforçará sua legitimidade.
Na exposição, buscaremos analisar a relação entre os homicídios praticados por policiais contra as pessoas e o exercício da repressão estatal letal na luta de classes. Buscaremos demonstrar que o Estado age, através da polícia, para atender os interesses da classe dominante (a burguesia) no que concerne à regularização da sociabilidade burguesa. Para buscar a legitimação das mortes por ele produzidas, o Estado contará, além da máquina legislativa, também do aparato judiciário (Ministério Público e Poder Judiciário). Assim, com o fim de legitimar a repressão estatal letal, será necessário que esses dois órgãos também intervenham e atuem de forma conjunta para analisar cada morte produzida por agente policial, acabando por arquivar uma investigação dessa natureza e, consequentemente, isentar de responsabilidade não só o Estado, mas também o agente policial que agiu em seu nome.
A presente exposição é fruto de pesquisa realizada no mestrado em sociologia da UFPR (Universidade Federal do Paraná).

REFERÊNCIAS
FBSP, Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Anuário Brasileiro de Segurança Pública. São Paulo: 2021. Disponível em: <https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2021/10/anuario-15-completo-v7-251021.pdf>. Último acesso em 05/01/2022.
PIOVESAN, Flávia; CAVALLARO, James Louis; LIMA JR., Jayme Benvenuto; SILVA; José Fernando da; OLIVEIRA, Luciano; BRITO, Valdênia. Execuções sumárias, arbitrárias ou extrajudiciais. Uma aproximação da realidade brasileira. Pernambuco: [s.s.], 2001.
SOARES, Luiz Eduardo. Desmilitarizar. São Paulo: Boitempo, 2019.
ZAVERUCHA, Jorge. FHC, forças armadas e polícia: entre o autoritarismo e a democracia (1999-2002). Rio de Janeiro: Record, 2005.

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