Ele vinha com um jeito pós-moderno
Muito veloz, astuto e avançado
Esvaziava o conteúdo do moderno
E o anoitecer ficava ensolarado
A necessidade que aparecia todo dia
A novidade cotidianamente urgia
A semente que não crescia
A esperança que morria
O eterno presente era o presente eterno
Agora ele vivia no mundo pós-moderno
O fim da história redescoberto
Uma nova inovação do pensamento moderno
A vilania que se repetia no dia-a-dia
O presente como má companhia
O novo e o velho juntos realmente
O novo e o velho separados idealmente
A verdade que se escondia
A humanidade dominada pela covardia
A tristeza jogada para debaixo do tapete
A única voz era a de muitos em falsete
O moderno, o progresso, o pós-moderno
Nunca mais eu vi um gesto terno
O vil metal se declarou eterno
O interno foi assassinado pelo externo
O externo foi confundido com o interno
Ele dá o grito: sou progressista!
E eu reflito: sou hedonista?
E eu insisto: sou masoquista?
Eu então interdito: não sou nada disto!
Resolvo o conflito: sou marxista!